A Estranha gravidez de Carol Danvers (atualizado)

Muito antes de ter virado uma Mary Sue idolatrada pelas feministas, antes de ter seu patamar elevado porque algum editor decidir que precisava de uma mulher poderosa para concorrer com a Mulher-Maravilha, Carol Danvers era só uma das muitas versões femininas de um personagem estabelecido.
Como ela era só mais uma, ninguém, dava a mínima e apesar de todos os esforços de Chris Claremont, o título não emplacou.
Pra evitar seu desaparecimento, David Michelinie, que escrevia os Vingadores, decidiu incluí-la no grupo, o que garantiu a sobrevida da personagem, mas Michelline assistiu a um episódio de Jornada nas Estrelas e resolveu adaptar a história, dando um fim supostamente digno para a personagem.
Será?
Em Vingadores 197, escrita por ele e desenhada por Carmine Infantino com a ajuda dos amiguinhos, Carol descobre que foi imaculada sem pecado. Ela tinha muitos poderes, mas ser meio alien não fazia dela um hermafrodita.
A resposta bizarra veio três edições depois: o filho também era o pai. Ele usou Carol como útero amigo porque queia ser morto pelos Vingadores.
Cuma?

Marcus era filho de Immortus, o senhor do limbo que havia morrido recentemente. Supostamente, quem morreu foi apenas um de seus aspectos, uma vez que o garotão estava destinado a assumir seu lugar, vivendo uma vida solitária num reino onde tudo e nada viram a mesma coisa.
Pra não pirar, ele foi atrás de um extraclasse e usou as máquinas de seu pai para seduzir a heroína.
Abusada, no sentido errado da palavra.
Carol, que entra numa espécie de depressão pós parto, rejeita completamente o rebento milagroso, o que até faz sentido. Se não aparecer nenhuma estrela para guiar os três reis magos , nosso próximo palpite seria um “boa noite Cinderela” seguido de estupro e apagão pós alcoólico.
No caso da história,o apagão foi gerado por hipnose, o que ainda constitui um abuso.
David Michelinie até foi o redator final, mas teve ajuda de uma turminha do barulho composta por George Pérez, Bom Layton e pelo então todo poderoso da Marvel, Jim Shooter, que puniu a Fênix por sua atitude nada cristã, não só deixou essa passar como ainda deu pitaco.
Só por isso, dá pra ver o quanto Carol era querida pelo editorial.
Não sei se você sabe, mas toda editora tem aquela listinha de personagens descartáveis, os buchas que você pode fazer o que quiser com eles. Era o caso da Miss Marvel.

Santa edição comemorativa, Batman!
Levando-se em conta de que estamos falando de uma das edições comemorativas mais fracas do título, a história do romance entre uma mãe e seu filho, que só por acaso, é o pai…
E nem estamos falando do aspecto Emo, afinal, ele preferia a morte à solidão, o que acabou bagunçando o tempo ao seu redor.
Se essa ideia fosse bem trabalhada, até seria interessante, mas a bagunça do tempo só serviu pra encher linguiça numa edição quase sem assunto. Talvez um garoto daquela época gostasse do que um da geração atual cagaria regra?
Sinceramente? A luta contra o Ronin Vermelho apresentada nas edições anteriores era mais interessante. Avengers 200 era só um folhetim chato, com uma história questionável.
A culpa é do editorial:
Sabe aquela participação do Shooter? Foi um veto.
Michelinie tinha outros planos, baseados em algo que aconteceu na HQ da personagem. Em Miss Marvel 19, a Suprema Inteligência Kree, que nunca foi um santinho e queria porque queria criar a raça suprema azul, imaginou que a melhor forma de inserir os poderes manifestados por Rick Jones durante a Guerra Kree/ Skrull seria transformar a Miss Marvel numa parideira.
Uma vez que seu DNA continha gerações das evoluções humanas e Krees,torná-la a matrona de uma raça híbrida seria uma forma de eugenia genética.
Na edição em questão, ele até começou os procedimentos, mas a idéia ficou dormente até ser ressuscitada no pequeno arco dos Vingadores onde ela finalmente se tornaria a barriga de aluguel Kree, mas…

Entretanto…
Mas calhou que poucos meses antes de Avengers 197 surgiu um What If que tratou do mesmo assunto.
Em abril de 1980, na edição 20 de What If, intitulada: “O que Aconteceria se Os Vingadores participassem da Guerra Kree/Skrull sem Rick Jones”, Tom DeFalco, Alan Kupperberg e Bruce Patterson nos revelam o que teria acontecido se a Suprema Inteligência tivesse usado o cadáver de Rick Jones para criar um híbrido meio humano, meio Kree.
Como Vingadores 200 sairia em outubro, seis meses após What IF, perigava a ideia do híbrido ainda estar fresca na cabeça dos leitores e Shooter não só vetou a ideia como ajudou no remendo.
Bem, a emenda ficou pior que o soneto, mas a banda seguiu o baile.

Ok, mas como isso termina?
No fim dessa confusão toda, os Vingadores imaginam que a tal máquina tem outra função que não a de salvar a vida do rapaz e o Gavião Arqueiro dá a flechada que destrói o brinquedo.
Quando tudo parecia perdido, Carol topa ir pro Limbo com seu filho/amante numa tentativa de amenizar os ânimos e os danos causados pela incursão.
E o casal tem seu final feliz no Limbo, que foi onde a personagem ficou até o décimo anual dos Vingadores.
Nessa edição,que marcou seu retorno para as mãos de Chris Claremont, ela voltou ressentida com os antigos amigos, que a deixaram tomar uma decisão completamente errada sob a influência de um abusador.
Detalhe; Ela só se livrou dele porque seu novo corpo não suportou as energias do limbo e ele foi pro saco. Já foi tarde.
Claremont, um feminista, usou a história não só para demonstrar sua repulsa ao desfecho de Avengers 200 como para apaga-lo.
Você realmente tem dúvida de que essa foi sua intenção ao trazer Vampira, uma personagem criada durante sua passagem pelo título de Carol para espancar todos os Heróis mais poderosos do mundo, como roubar as memórias da Miss Marvel?

Ele queria rebootar a personagem e dar um fim realmente digno pra ela, que acabou virando a Binária e literalmente foi para o espaço.
Por mais que ela tenha virado uma cópia barata da Fênix, até que foi um fim digno para uma personagem que ninguém dava a mínima.
Com isso, retiramos o elefante da sala e seguimos adiante.
Atualmente, Michelinie seria cancelado no Twitter e várias feministas/esquerdomachos teriam 15 minutos de fama fazendo sua caveira.
Ainda vamos falar sobre Binária e Vampira no leituras do Sumpa sobre os dois Morte em Vida, mas a grande verdade é que alguém imaginou que isso seria um fim digno para uma personagem que nunca decolou. Infelizmente, a história teve a arte do finado Pérez e de Dan Green, que teria a chance de trabalhar com a personagem em situações durante sua longa estadia nos X-Men.
Descanse em paz, George Pérez. Nós que lhe devemos anos de diversão durante nossa infância e adolescência te saudamos.